quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Prefácio

A vida provoca encontros, reencontros felizes. Conhecemo-nos há muitos anos, com aproximações e afastamentos normais nas relações de amizade.
Neste verão, voltamo-nos a encontrar muitas vezes com a poesia como tema de conversa, a poesia e as suas origens, os pretextos e as necessidades de se escrever. Durante algum tempo a partilha de poemas ocorreu essencialmente num sentido, de mim para ti, talvez devido à tua timidez, mas um dia chegaste-me com um envelope cheio de coisas boas, os poemas que decidiste integrar neste teu primeiro livro.
Nos últimos tempos, nas minhas viagens entre Beja e Lisboa, os teus poemas foram a minha única companhia, boa, fresca, onde me revia e encontrava nos teus "escritos", como gostas de lhes chamar. Mas o rótulo pouco importa, o sumo das tuas letras merece vir a público, carece de ser partilhado. A pureza com que utilizas as palavras e a honestidade emotiva que te impele a caneta, resultam em poemas intensos e alegres como o amor, o teu, que viveste, vives e viverás, esse amor alegre que tantas vezes te inspirou e te fez sofrer.
"Talvez seja um processo interior", é com certeza, mas não só, a necessidade de passar para o papel aquilo que sentes, é algo mais, é uma ansiedade artística que deves alimentar. Chama-lhe poemas e continua a escrevê-los, para que dentro de pouco tempo tenhamos mais uma gradável surpresa, o teu segundo livro.

António Marques Revez

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